Credo ou nacionalidade não importam em Jerusalém. Essa é uma terra universal, cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas. Deus disse sobre a cidade: “Aqui estará o meu nome” (1 Reis 8:29). E, de fato, nessa terra de Deus, Jesus foi crucificado e Maomé ascendeu aos céus. Quem vem para cá vai estar no meio de cristãos ortodoxos, coptas ou evangélicos; judeus etíopes e sefarditas; muçulmanos sunitas ou não; palestinos ou israelenses... Vai estar no Monte das Oliveiras, onde Jesus teria transmitido seus ensinamentos. Vai caminhar por onde Jesus carregou a cruz, e vai fortalecer a fé enquanto reza sob as oliveiras antigas no Jardim do Getsêmani, onde ele e seus discípulos teriam orado na noite anterior à crucificação. Vai perceber que constantemente as hábeis mãos dos arqueólogos revelam mais e mais das pedras que Jesus conheceu. Aqui, em um lugar ora mundano, ora celestial, o visitante vai começar a entender como 2000 anos depois de Cristo as multidões ainda se empurram e disputam para ter mais espaço e, ao mesmo tempo em que ignoram as necessidades dos outros, se oferecem para ajudar uma pessoa estranha em um transbordamento de compaixão. É nessa confusão toda que o visitante vai entender o que é realmente um “local sagrado”.